domingo, 26 de dezembro de 2004

Pic-Nic / Casa da Matriz - RJ

Bom, o evento tinha tudo para ser dos melhores da Sundae Tracks neste mês de dezembro. O evento, clássico da Casa da Matriz aos domingos, já tinha recebido o Acabou La Tequila, “embrião” de bandas como Matanza, Autoramas e Canastra, no fim de novembro e tivera recentemente duas grandes bandas do rock indie carioca, The Feitos e Lasciva Lula, realizando tributos ao Graforréia Xilarmônica e ao álbum “Jardim Elétrico” dos Mutantes, respectivamente. Quando saiu, como foto e tudo na seção Rio Fanzine do “O GLOBO”, a notícia de que haveria show do Pic – Nic, com abertura de Moptop, tocando London Calling, a sensação foi quase de um paraíso terrestre. Logo o Pic-Nic, banda ascendente com um pop – rock honesto cantando um dos maiores álbuns da história do rock? Era primordial conferir aquele show pós – natalino (26/dez).

Como dito, o Pic – Nic é bom. O London Calling é bom. Mas Pic – Nic com London Calling, não combinou…mesmo!

Pra começar, a chuva de Domingo afastou boa parte do público, que ainda assim não esteve abaixo da média. Até iniciar o show, às 23h30min (estava marcado para às 22h), o público estava relativamente pequeno. Em segundo lugar, infelizmente o público esteve lá em sua maioria para prestigiar o MopTop que o Pic-Nic. E a primeira banda até não fez feio. Com um visual meio Strokes e um som pop-rock, a banda cantou músicas próprias intercaladas com covers de Cure, Kings of Leon, Kinks e Ramones, esta última fechando o show. Com o público conhecido, a banda se mostrou solta.

Já o aguardado show do Pic-Nic foi decepcionante. Não só em termos da platéia. Mostrando um certo desconhecimento sobre o álbum homenageado, ouviu – se certos hurros quando a banda abriu com London Calling e finalizou com Train in Vain. Mas o resto do show acabou sem empolgar ninguém (exceto este escriba, um dos muitos fanáticos pelo álbum). A banda deu uma boa sacada em “converter” para um lado mais pop-rock as músicas da banda, e mesmo os erros nas letras de algumas músicas não eram significativos (afinal, o rock nunca foi adepto de formalidades...). O problema principal é que bem...Usaram o Clash para vender Pic-Nic! Para quem tinha ouvido o The Feitos na semana anterior tocar 14 faixas do Graforréia (além do Disco do Roberto), a expectativa era de, se não fossem tocar todas as faixas de London Calling (e são 20 faixas), pelo menos calcassem a grande maioria do show com essas faixas. Pois bem, das 17 faixas do set list, nove eram do próprio Pic-Nic, e oito do Clash. ~

Tudo bem que as oito tocadas eram clássicos da banda (London Calling, Brand new Caddilac, Hateful, Spanish Bombs, Lost in the Supermarket, Guns of Brixton, Death or Glory e Train in Vain)…mas é menos de 50% do set list do álbum. E tributo do Clash sem, por exemplo, Clampdown é algo inimaginável. Logo ela, tida por muitos como a mais significativa canção de protesto do rock (graças ao verso “deixe a raiva ter sua hora, raiva pode ser poder, você sabia que pode usá – la?”). A música que faz Phillipe Seabra, em seu projeto Clash City Rockers, urrar no início “BEM VINDO AO MUNDO REAL”....NÃO, NÃO FOI um tributo à altura do Clash. O show acabou logo à uma da matina, e se seguiu a boa festa indie da Sundae, liderada pelo DJ Melvin. Mas que foi vendo gato por lebre, não há dúvida, e deveria haver processo por propaganda enganosa. Venderam Pic-Nic com embalagem Clash.

por Bernardo Poças

sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

sábado, 4 de dezembro de 2004

Niterói é Rock!

Convés (Niterói/RJ)


SEU MIRANDA – XEROLFTALMIA – BENDIS – THE FEITOS


Mais uma tarde de sábado com show no Convés. Desta vez não tinha desculpa pra galera não chegar junto. O único evento, além deste, seria em São Gonçalo e bem mais tarde. Logo, tivemos casa cheia, né? Nem tanto... Tudo bem que o público presente não foi dos piores. Mas sempre fica aquela idéia de que poderia ter aparecido mais gente. De qualquer forma, vamos ao que rolou no palco do Convés, né?

Os primeiros a subir ao palco foram o pessoal do Xeroftalmia. Banda de Jacarepaguá. A garotada, que já tem demos e um CD lançados mostrou um som que transita entre o hc melódico e os sons de Seatle. Sendo a influência de Nirvana & cia. evidenciada num cover do próprio Nirvana. O show parece ter agradado a galera que começava a dar as caras no lugar. Em seguida foi a vez dos locais do Seu Miranda. Com CD recém lançado e uma certa projeção na mídia local a banda aposta em um som com pitadas de hc, ska e letras bem humoradas. Quem curte o filão curtiu o show dos caras que contou até com versão para uma música do, acreditem, Tiririca. Com mais tempo de estrada, logo em seguida foi a vez do Bendis fazer um bom show. E a cada vez que confiro um show dos caras sinto as influências de surf music ficarem mais evidentes. Bom show. Em seguida foi a vez da cruza de Jovem Guarda com Rock de Garagem do The Feitos subir ao palco para fechar a noite.

No final podia-se dizer que o público foi até bom. Pena rolar hora pra encerrar os eventos no espaço. Se a coisa rolasse madrugada adentro, com certeza a galera chegaria em maior número. Saldo positivo e que venham outros. Mais bandas de fora, bandas novas locais surgindo, enfim. Que venha algo...

por Rafael A.

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