domingo, 30 de outubro de 2005

51 Foundation Moviment

Espaço Convés (Niterói/RJ)

MONKEY PROJECT FAMILY DUB – MONSTROS DO ULA-ULA – LADO 2 ESTÉREO – NOITIBÓ


Êita nóis! O lance estava mais para uma reunião entre amigos do que para um evento propriamente dito. Mas vale o registro aqui. Desde o ‘cartaz’ do evento feito minutos antes de a ‘bilheteria’ abrir até o clima tranqüilo e a quantidade de bebida alcoólica consumida por bandas, ‘imprensa (acho que esse sou eu...)’ e testemunhas (literalmente, já que não rolou divulgação, e acho mesmo que era pra ter sido assim). Mas vamos ao que rolou no final das contas.

Os primeiros a tomar o palco foram os responsáveis pelo Monkey Project... tá, tem dub no final do nome. E foi isso que os caras tocaram Dois disquejóqueis nas carrapetas e viagens sonoras ecoando pelo Convés. Monstros do Ula-Ula veio em seguida e fez um bom show. Os piauienses do Lado 2 Estéreo fizeram disparado o melhor show da noite. Guitarra e batera! Samba ou seja lá o que for aquilo com lances de death e thrash metal!!! Bem legal mesmo. Quem liquidou a fatura foi o povo do Noitibó que entre sons já conhecidos da galera e coisas do novo CD privaram o público de mais um tombo do baixista Sidney. Fica pra próxima!

Sim, foi um evento bacana que merecia ter sido presenciado por mais gente. Mas como disse, acho que era pra ser assim mesmo. Enfim: Continua a caçada do FMZ online em busca de um tombo de sr. Sidney Santana a ser registrado por nossa lente tosca, ok?

por Rafael A.

domingo, 9 de outubro de 2005

Elam Summer Rock 2.4

ELAM (Rio de Janeiro/RJ)


NOÇÃO DE NADA – MENORES ATOS – POLARA – SKORE – ENCIENDE – DAHLIA


Cara, que calor é esse? Independente do calor bizarro que fazia nesse começo de tarde a expectativa era que, literalmente, uma penca de gente saísse de casa e fosse rumo à ELAM, em Jacarepaguá, pra conferir a apresentação do Noção de Nada. E se levarmos em conta que o Polara, de São Paulo, também se apresentaria no mesmo evento, com certeza teríamos casa cheia neste domingo.

Pois não é que dessa vez o povo pareceu preferir ficar em casa? Talvez no conforto do quarto com ar condicionado ligado seja mais agradável que ir pra rua tomar sol na cabeça. Mas quem optou por passar o domingo em casa perdeu um show bem bacana. Se não vejamos: Abrindo os trabalhos, a banda Dahlia subiu no palco e mostrou seu emocore em uma apresentação correta que chamou a atenção dos, a essa altura, poucos presentes. Em seguida foi a vez do metalcore à la Confronto da galera do Enciende. Show competente, que apesar de destoar das outras atrações segurou o povo na frente do palco e terminou como um dos mais interessantes da tarde. Skore veio em seguida e apesar de um bom show não pareceu empolgar tanto a galera como se imaginava.

Diretamente de São Paulo, o Polara fez um belo show, mas confesso que esperava mais dos caras. Embora o público estivesse curioso para conferir o post Rock (cara, não me dou bem com rótulos... espero estar usando o certo dessa vez...) dos paulistas, o mesmo não pareceu ter saído com todas as expectativas supridas. Menores Atos jogando em casa fez um show morno, mas não deixou a peteca cair e como era de se esperar chamou a atenção dos presentes. E enfim a atração principal toma conta do palco para o melhor show do dia. Sim, o Noção de NadaBem Estar II, Ímpar, Copacabana e coisas antigas que são sempre muitíssimo bem recebidas pela galera que curte a banda. comprovou porque se estabilizou como o nome mais significativo do cenário underground carioca dos últimos anos. Público fiel e ensandecido cantando sons como

Espantosamente, a galera decepcionou e não compareceu como em outras ocasiões. Como disse, as atrações eram muitas e a expectativa era de casa cheia, mas seja pelo calor ou pela ameaça de chuva que rolou o povo preferiu mesmo ficar em casa fazendo sabe-se lá o quê. Até porque, ao menos pra mim, é difícil ficar em casa sabendo que tem alguém fazendo barulho em algum lugar...

por Rafael A.

domingo, 4 de setembro de 2005

Cabana do Rock – 1ª edição

Aldeia Velha (São Gonçalo/RJ)

ANTIX – FREEDOM – TOÁ – BYRON – SICK – SEM NADA – T.A. – INÉRCIA – JULIETA SUSPENSA


Ao que parece tinham mais bandas para se apresentar nesta primeira edição do Cabana do Rock. Mas como nas atuais circunstâncias (faz tempo que o underground carioca não vive dias de glória, não é mesmo?) seria pedir demais que todo mundo respondesse presente, é melhor tentar olhar o lado bom das coisas. Sim, espaço novo em São Gonçalo. Na verdade a casa funciona faz tempo, mas só agora abre suas portas para os bons sons.

E no palco do Aldeia Velha, entre mais dos mesmos e sons interessantes, uma agradável surpresa pra quem já curtia o underground por essas terras desde tempos atrás. De cara a coisa tava parecendo mais um festival de new metal. Antix, Freedom (que ao que parece se apresenta com um nome diferente a cada show...) e Insane abriram os trabalhos. Destaque para primeira e terceira banda por apostarem em sons próprios, com direito a letras em português e tudo. Um bom começo de tarde. Aliás, tarde que guardava uma surpresa e tanto pra quem se dispôs a dar as caras no Aldeia Velha. Na verdade, pra mim foram duas surpresas. A primeira veio logo depois do show da banda Insane. A ótima banda, com cara de novata, Toá (não sei mesmo se é assim que se escreve) fez o que na minha opinião foi o show mais interessante dessa tarde/noite de domingo. Vocal feminino e som bebendo da fonte de Sonic Youth e cacoete hardcore com pitadas, aqui e ali, de Social Distortion. Excelente show! Logo em seguida o new metal voltou a dar as caras com os (obviamente) fãs de Slipknot do Byron, com direito a cover de Roots Bloody Roots. E tome new metal! Os cara da Sick vieram logo em seguida com percussão, DJ, e muito peso. Um bom show que parecia ser um dos mais esperados pela galera presente. Daí a coisa mudou de figura.

O punk Rock tomou conta do Aldeia Velha. A começar pela cara nova do punk Rock gonçalense com os caras do Sem Nada. Em seguida veio o som ramônico da galera do T.A. que pôs o povo pra pogar com sons próprios como Pão com Ovo e a versão (versão porque o inglês do vocalista André não é, digamos, dos melhores) dos caras pra Blitzkriegbop dos próprios Ramones. E fechando a grande surpresa da noite (ao menos pra mim que não sabia que os caras iam tocar): A volta do Inércia!!! Patrimônio no punk Rock da cidade voltando aos palcos com direito a Homem de Pedra (clááááássico) com baixo em punho! Proletário, Degradação Humana, a nova PNC e o final clássico com FHC puseram a galera pra pogar e relembrar sons que apesar de terem sido feitos faz tempo continuam atualíssimos.

Então foi mais ou menos isso. Um espaço bem legal que merece ser preservado. E como a melhor maneira de preservar é marcando presença, já sabe, né? Se bem que dessa vez só dá pra elogiar a galera que prestigiou os shows das bandas, marcando presença e agitando. Parabéns pra todos e todo mundo pra casa que amanhã é segunda, ok?

por Rafael A.

Infos: bar_toque@yahoo.com.br

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Trama Universitário

Circo Voador (Lapa - Rio de Janeiro)


CORDEL DO FOGO ENCANTADO


Com o lema “Música – Trabalho – Informação”, entro no Circo Voador, na Lapa, depois de dar um quilo de alimento não perecível, no evento da Trama Universitário, pra ver o show do Cordel do Fogo Encantado.

Não conhecia esse aspecto da Trama. Me informando mais, achei até um projeto legal, mas achei mesmo meio elitista fechar um show de graça no Circo Voador só pra universitários (isso mesmo! De graça pra quem cursa alguma faculdade – qualquer outra pessoa não entrava nem pagando!). Até porque o que se via lá era o Circo (que já leva uma “galerinha zona sul” normalmente – um dos motivos sendo os preços nada populares) abarrotados de universitários nem um pouco preocupados com Música, Trabalho e muito menos Informação... A discotecagem antes do show parecia mais uma grande dança do acasalamento com mais de mil animais.

Bem, o que vale é a intenção...

Vamos ao Cordel? Já tinha ouvido falar bastante dele, mas tinha escutado realmente pouca coisa. O resultado foi bastante além do que eu esperava.

Depois de dois rappers cantando alguma coisa que não dava pra escutar com o som muito baixo (menor do que a DJ de antes...), entra o Cordel do Fogo Encantado. Poucas vezes vi na minha vida um show com tanta integração com luzes. Elas eram um espetáculo à parte, e você sentia realmente que elas faziam parte da música. Como era o som? Pra mim, indefinível. Nada do que eu tenha escutado antes chegava perto. Você sentia influências nordestinas (ou o que se costumou a chamar de nordestinas), mas com um vocal completamente rasgado, um violão/guitarra/baixo (pedais, muuuitos pedais) e TRÊS percursionistas (e todo mundo com uma presença de palco fudida), o que você sentia era uma “porrada poética” indescritível.

Com letras bastante críticas (até quando falavam de saudade ou amor), eles tinham todos ali na palma da mão. Meu destaque particular é para “Morte e Vida Stanlei”, quase declamado (Stanlei foi um ajudante de pedreiro, filho de um Severino, que eles conheceram no Rio de Janeiro).

O público, é claro, agitou mais nos hits do Cordel e nem tanto nas letras mais críticas (o que me faz pensar que os universitários de hoje precisam mais de Música, Trabalho e Informação mesmo...). Uma coisa que quase me fez perder um pouco da graça do show: no bis, uma parte que ele parou de cantar, a música continuou. Seria todo o show playback? Ou só o bis? Ou teria eu me enganado? Bem, fica a dúvida.

Eu ficaria muito triste se tivesse sido, porque quando eu saí de lá, eles me tinham na mão. Presença de palco foda, banda foda, porradaria pura (não é hardcore, certo? Mas três percursionistas sentando o pau não devem nada pra muita banda de death, thrash ou crust por aí, só pra citar alguns...). E as letras, algumas gritadas, outras quase declamadas, são poesia pura (mas da boa, hehe).

Recomendo à beça. Se o Cordel estiver passando na sua cidade, corra pra ver (e se você não estiver num curso “superior”, torça pra que não seja por esse projeto da Trama...).

Na volta um episódio inusitado: eu e uma amiga fomos assaltados na Cinelândia (!), mas a polícia militar viu (!!) e prendeu os pivetes (!!!), nos devolvendo o dinheiro (!!!!). Por causa disso fiquei até um pouco menos chateado de não ter levado a câmera. Mas coisas da vida, né? Fica sem foto dessa vez, na próxima a gente capricha.

por Rodolfo Caravana

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