domingo, 27 de outubro de 2002

Barneys, Carbona, Ack / A Volta do Barneys - Ballroom - Humaitá - RJ

Antes de mais nada gostaria de agradecer ao TRE (eu fui mesário nesse dia) e aos militantes do PT (que foram responsáveis por um nó no trânsito do Rio de Janeiro), por causa deles perdi o show do Ack, primeira banda da noite.

Na verdade cheguei no final do show dos caras e da porta pude perceber que tava rolando um cover do Bad Religion. O Ballroom recebia um ótimo público, para um domingo à noite e ainda por cima dia de eleição. Méritos para a organização e para os sites PunkNet e RioHC que apoiaram o projeto.

Em seguida foi a vez do Carbona subir ao palco e por fogo na galera. O punk rock “ramônico” dos caras está cada vez melhor (fazia um tempo que não via a banda). Rolaram músicas do último álbum dos caras, todo em inglês. Umas duas do próximo que deve sair em dezembro, todo em português, e sons das antigas, como por exemplo: músicas do Go Carbona Go. Os fãs da banda presentes no Ballroom fizeram a festa.

E pra fechar, é claro. Barneys. Não conhecia os caras. Mas o que vi foi um ótimo show de punk rock/hc. Influências latentes de Bad Religion. Um set acústico, com direito a Generator. E na segunda parte do show um cover de Haven is Fallen, já com tudo plugado de novo. Os próprios caras da banda se disseram surpresos por ver tanta gente “das antigas” e caras novas também.

E era verdade, seis anos sem tocar não tiraram dos caras o mais importante, seu público. Boa sorte ao Barneys.

por Rafael A.

sexta-feira, 25 de outubro de 2002

Força Macabra, Uzômi, Estigma, Ataque Periférico, Pâncreas / Kachanga - Botafogo - RJ

Não é sempre que uma banda finlandesa despenca para o Brasil, não é mesmo? E se a banda escrever suas músicas em português? Esse é o caso da banda Força Macabra que no mês de outubro realizou uma das maiores (se não a maior) turnês de bandas gringas por essas bandas. Foram oito estados visitados e cerca de doze shows. Na sexta-feira, dia 25, foi a vez do Rio de Janeiro.

Diante disso não havia muito que se pensar, não é mesmo? Partimos para o Kachanga afim, é claro, de conferir o show e tentar de todas as formas entrevistar os caras. Seis e meia da noite e lá estávamos nós, num Kachanga ainda vazio à espera dos finlandeses e nada (o show estava marcado para as nove da noite e até bem pouco antes do começo era difícil crer que daria a quantidade de gente que deu).

Eis que depois de muito esperar e jogar conversa fora, chega o Força Macabra. Uma troca de idéia com o Fábio (Usina de Sangue recs.), responsável pela turnê dos caras no Brasil e conseguimos nossa entrevista. Alguns contratempos, mas no fim, tudo certo. Uma saída rápida com o Fábio e o baixista da banda pra comprar algumas cervejas e ao voltarmos, pronto! O lugar já estava cheio e a primeira banda já estava no palco. Um bate papo rápido do lado de fora foi o suficiente para nos fazer perder o primeiro show. A banda Pâncreas abriu a noite. Infelizmente não deu pra conferir. Fica pra próxima. Ainda ia rolar muito som até o fim da noite.

Algum tempo depois foi a vez do Ataque Periférico subir ao palco. Som Crust/grind com direito a cover de New York Against Belzebull. Na galera a roda comia solta. No meio do povo misturavam-se moicanos e algumas camisetas de bandas de metal, tudo na santa paz, diga-se de passagem. A essa altura o Kachanga já se encontrava praticamente lotado.

A terceira banda da noite foi o Estigma. Banda carioca de HC crust, e tome roda! A galera realmente estava afim de suar. Aliás, lá dentro fazia um calor considerável. Ficamos imaginando como estariam os finlandeses do Força Macabra à essa altura... derretendo talvez?

Fim do show do Estigma, e enquanto a banda Uzômi não começava a pôr a casa abaixo resolvemos dar uma conferida no stand de CDs montado no local (não só CDs, pois tinham bons vinis por lá). Arriscamos nossa volta pra casa e usamos boa parte do pouco dinheiro que tínhamos para adquirir alguns itens (podem confiar, às vezes pechinchar dá certo).

Então, Heron & cia. tomam conta do palco. O show começa. O que era uma roda se transformou em algo próximo do que poderíamos chamar de caos. É claro que, a presença de palco enlouquecida do vocalista Heron não colabora pra manter as pessoas paradas. Pauladas como: Califórnia, Zumbification e 10% (do Ação Direta com direito a participação especial do vocalista Gepeto) fizeram a alegria da galera que não parecia se preocupar com o calor àquela altura do campeonato.

Termina o massacre provocado pelos caras do Uzômi. E em pouco tempo, a frente do palco já está tomada pela galera. Todos esperando ansiosos pela atração principal, é claro! E chega a hora de conferir o show do Força Macabra. É o seguinte: Trashcore ensandecido pra pogar até dizer chega! O batera Otto é fora do comum. Na verdade todos são muito bons no que fazem. Entre sons próprios e covers de Overdose, Dorsal Atlântica e clássicos do punk paulistano do fundo do baú, o que se via era uma roda mais tranqüila. Pra falar a verdade, acho que todos ali estavam mesmo é meio que paralisados. Talvez pelo fato de que ver quatro finlandeses (suando horrores) cantando em português não seja algo tão comum assim por essas bandas. Resumindo: um excelente show, como dificilmente veremos outra vez.

Ficou claro que as influências dos caras, hoje, vem muito mais do metal brasileiro da década de oitenta que de qualquer outro lugar. A veia punk rock continua presente, mas talvez não tão forte. Parece estranho, pois este ano os caras gravaram mais um tributo a bandas de punk rock brasileiras. Mas o que se viu ali foi trashcore veloz e muito bem executado.

Fim de show, entrevista feita, vinis e CDs nas mochilas e a volta pra casa. Sem esquecer de agradecer ao pessoal da Rock Press que deu uma força e ao incansável vocalista da banda Uzômi, Heron, o principal responsável por termos conseguido entrevistar os caras.

Aí Heron, ficamos te devendo essa. Pode cobrar! Três da madrugada e uma palavra para descrever tudo isso? Indescritível.

por Rafael A. e Rodolfo Caravana

sábado, 19 de outubro de 2002

Awake, Bleach, Red Label, Supernova, Holy Profecy, Over Action, Digitus Infamis / Rock no Engenho 2 - Clube Italiano - Niterói - RJ

Sexta-feira à noite e a galera da região oceânica de Niterói bateu ponto no Clube Italiano para conferir uma noite de shows com uma penca de bandas.

Confesso que cheguei muito depois de os shows terem começado e saí bem antes de seu final. A bem da verdade só conferi mesmo duas bandas. Que não informaram seus nomes em nenhum momento (ao menos eu não percebi).

E foi pelo que eu vi nesse pouco tempo em que estive no Clube Italiano que resolvi fazer esta resenha. Normalmente não faria a resenha de um show com sete bandas das quais só pude conferir duas.

Mas vamos ao que rolou: O público compareceu e praticamente lotou o espaço. Espaço este que se mostrou muito bom para abrigar este tipo de evento. Seria legal mantê-lo aberto parta futuros shows. Quanto à produção: Ao meu ver tudo funcionou muito bem. O som tava bem legal e a organização foi bastante eficiente.

Agora, o que me chamou a atenção: No pouco tempo que estive por lá (duas bandas), não ouvi sequer uma música própria. É isso mesmo! Só cover! A galera se esbaldou e agitou ao som de Papa Roach, SOAD, Green Day, Planet Hemp, RATM e outros. Mas me custa acreditar que todas aquelas pessoas estavam ali só pra ouvir as músicas que eles ouvem em seus CDs nas suas casas, ou em uma rádio qualquer. Também me custa crer que as bandas (boas por sinal) na sintam vontade de tocar algo delas, ou cantar uma letra escrita por seus integrantes.

Mesmo o público, pode e deveria fazer algo a respeito, incentivando as bandas a investirem em um repertório próprio. Fiquei imaginando como seria a reação do público no caso das bandas levarem sons próprios (como só vi duas, não sei se alguma outra o fez). Posso estar viajando, mas pra min o underground é bem mais que um monte de coleguinhas de escola ou meia dúzia de vizinhos se encontrando pra tomar um porre e ouvir o top 10 da MTV ou da rádio rock (???) da moda (???????????).

por Rafael A.

sábado, 12 de outubro de 2002

Uzômi, Pâncreas, Riveraid, Cara de Porco, No Rest / 7º Aniversário da banda Uzômi - Garage - RJ

Dia das Crianças e que presente melhor que um show do Uzômi? As bandas de abertura cuidaram para que a galera se mantivesse acesa. Entre elas Pâncreas, Riveraid, Cara de Porco e No Rest que levantou o povo, destacando a vocalista que manda muito bem.

Do lado de fora um jornalista a serviço de um certo jornal carioca resolve fazer uma matéria sobre o que seria uma “noitada” na Rua Ceará. O infeliz não deve mesmo ter entendido muita coisa, já que notadamente se espantou (???) com um moicano do outro lado do balcão, coisas que acontecem... acontecem???!!!

Eis que chega a hora tão esperada. A banda aniversariante sobe ao palco e detona seu grind, death, thrash & afins. O público delira abre-se uma roda digamos, “muito animada”! O povo canta junto músicas como: For Fun, Zumbification, Califórnia, Na Roda e outras pauladas. Teve até bis! Não tinha como ver os caras deixando o palco e não fazer nada a respeito, né?

Que venham muitos outros aniversários.

por Rafael A.

domingo, 6 de outubro de 2002

Época, Tornado, Sifuhanks, Kümel / Alternativos - Bar do Blues - SG

Um bom público compareceu nesta noite de domingo no Bar do Blues. E a organização promete manter este evento no Bar do Blues por mais edições. Público e bandas agradecem.

Iniciando os trabalhos o Tornado trouxe a galera pra frente do palco e fez um bom show. Seu som funkeado de vocais hip hop agradou o público que aos poucos foi chegando mais pra perto do palco. Em seguida foi a vez dos cariocas do Sifuhanks, que agitaram o público com sons próprios e covers tipo Raimundos e SOAD que fechou o show dos caras com chave de ouro.

Logo depois foi a vez do Época com seu rock psicodélico, atacar com um set baseado quase que todo em seu novo CD Alucinações que deverá ser lançado em breve. Músicas como Aviões e a faixa-título do novo CD prenderam o público. Do segundo CD Anos Zero rolou Avalanche e A Viagem de São Gabriel (obrigatória) que fechou o show com a participação de diversos integrantes de outras bandas de SG. Deviam ter uns dez no palco.

Em seguida foi a vez do Kümel fechar a noite com seu rapcore. Pegaram a galera já de saída, mas merecem outra oportunidade com certeza.

por Rafael A.

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