por:
Rafael A.
Quem
acompanha este fanzine sabe o quanto este que vos escreve gosta de
rádio. Tem a ver com um monte de coisas. Desde o rádio AM na casa
da vó, na infância, até a adolescência.
O
finalzinho da Fluminense FM, programas da Imprensa FM
como RoncaRonca e EP Vanguarda, enfim... Tudo isso foi
muito importante pra construir minha relação com a música, arte,
cultura e até o meio underground. Até a Rádio Cidade,
de alguma forma, durante um curto período (ao menos pra mim),
cumpriu seu papel... Mas no Rio, rádio Rock já é um lance
meio complicado, não é de hoje...
Lembram
da postagem de julho deste ano, aqui no FMZ, onde falava sobre
uma rádio tocando Rock'n Roll aqui por essas bandas (leia
aqui)? Uma galera de diversos cantos do RJ apareceu por aqui
comentando que também foi pega de surpresa, e que conseguiam
sintonizar a rádio do slogan “Rock Com Classe!”
Não
rolava absolutamente nada de novidade, alternativos, bandas
independentes ou coisa parecida. A programação era limitada. E não
era difícil se pegar ouvindo as mesmas músicas que havíamos ouvido
no dia anterior, na mesma faixa de horário (fosse ela qual
fosse...rs). Seja por estar no ar em caráter experimental,
como tapa buraco ou coisa que o valha, havia um certo ar de
descomprometimento (talvez não seja o termo ideal, ok...).
De
qualquer forma, a programação que ia ao ar nos 91.1 FM, só
com a vinheta “Rock Com Classe!” de tempos em tempos, era
uma verdadeira maravilha! E cumpria um papel que, quem curte rádio
sabe, só o rádio é capaz de cumprir. Sabe aquela coisa de cuidar
dos afazeres do dia, das rotinas e deixar o rádio ali, ligado dando
conta da trilha sonora? Dá pra fazer isso no Spotify, Youtube
e demais plataformas virtuais? Dá, sim. Mas não é a mesma coisa.
Ao menos pra mim.
E
eis que, não mais que de repente, a programação de altíssimo
nível que vinha sendo transmitida desapareceu... Saiu o Rock,
e entraram Pagode, Sertanejos e afins. Uma pena. Não pelo que se
toca ou se deixa de tocar nos tais 91.1 FM agora. Mas o que
está rolando lá, já rola de ponta a ponta do dial. E
diversidade é sempre legal. Sempre!
O
que deu pra sacar foi que se trata de uma frequência sob o controle
do Grupo Bandeirantes. Por lá passaram Bradesco Esportes
FM e, em alguns horários da fase “Rock Com Classe!”,
a Band News FM (na verdade, peguei uma vez só, na
madrugada)... Por um momento rolou uma certa esperança, mas... da
mesma forma que apareceu, sumiu.
Enfim,
no período em que transmitiu Rock'n Roll, a rádio do “Rock
Com Classe!” fez bonito. Programação do mais alto
gabarito. Infelizmente, a paulista Kiss FM também parece
estar deixando o dial carioca. Aqui por Niterói, nada dela
faz um bom tempo (aqui do lado, em São Gonçalo, ainda estava
rolando...).
Bom,
assim como este que vos escreve, quem curte Rock e rádio,
continua no aguardo por um dial carioca mais diversificado,
plural. Sem saudosismos. Me parece difícil (ok,
impossível...) imaginar uma rádio como a Fluminense FM
sobrevivendo no mercado de hoje.
Mas
ainda acho que é possível (e plausível) um dial, como
disse, mais plural no RJ. Que represente a diversidade do público de
vários cantos do Rio de Janeiro. E mesmo dentro do “universo
roqueiro”, que fale para as diferentes vertentes, públicos,
enfim.. É o que se espera (ao menos eu), há tempos.