Rock
Popular
14/10/2017
PELEBE
RUDE - CABEÇA - RIO MARACATU
Teatro
Popular Oscar Niemeyer
por:
Rafael A.
Já fazia um bom tempo que não conferia uma apresentação da Plebe
Rude. Banda fundamental do Rock de Brasília dos anos oitenta, e
audição obrigatória para quem quer entender o Rock por essas
terras, a Plebe andou sumida daqui.
Tão
poucas visitas de Philippe Seabra & Cia. a esse lado da
Baia de Guanabara, mais abertura da lendária banda carioca Cabeça,
com direito a cortejo celebrando os vinte anos do Rio Maracatu,
sugeriam uma noite e tanto no Centro de Niterói. Infelizmente, aos
quarenta e cinco do segundo tempo, chega a notícia do falecimento do
baixo/vocal do Cabeça (também BNegão & Seletores de
Frequência) e skatista Kalunga...
O
show tinha que continuar... Continuou. E começou lindamente com o
cortejo do Rio Maracatu. Ainda com pouco público no Teatro
Popular, os tambores fizeram ecoar o ritmo pernambucano pelo
Centro da Cidade. Além de pôr o povo pra dançar.
Creio
que uma banda com trabalho autoral se encaixaria melhor na abertura
pra Plebe. Mas, obviamente, a notícia da morte do Kalunga
pegou todos de surpresa, praticamente na véspera do show, enfim...
No lugar do Cabeça, e já com casa cheia, a The Calangles
fez o primeiro show da noite.
Já havia visto show deles! Boas releituras de Beatles
mescladas com clássicos do Rock. Um bom show, que prendeu a atenção
da galera presente.
E
chega a hora do reencontro, deste que vos escreve, com a Plebe
Rude! Sem André X no baixo (momentaneamente), Seabra
e Clemente esbanjaram disposição diante de uma plateia que
reuniu velhos e novos fãs! Teve “Johnny Vai a Guerra”,
“Brasília”, “Minha Renda” e outros clássicos do
primeiro trabalho da banda, fundamental pro Rock Nacional! Rolou
medley de sons do (espetacular!) álbum Nunca Fomos Tao
Brasileiros, de 1987, com direito à acachapante balada “A
Ida”!
Tá
bom ou quer mais? Mais?! Teve, sim! A linda “Pátria Armada”
(dos Inocentes) fez
todo sentido em tempos de golpe. E, como se não bastasse, vieram
“Luzes” da, também lendária, banda brasiliense Scola
de Escândalos e “Rock The Casbah” do The Clash!
E, claro, teve o final já esperado, mas nem por isso menos
emocionante, com o hino “Até Quando Esperar”!
Bom
ver a Plebe, em plena forma, após trinta e seis anos de
atividades! Melhor ainda, é lembrar o quão todas aquelas canções
fazem sentido hoje, da mesma forma que faziam há três décadas
atrás. Relevância que poucas bandas conseguem. Coisa rara, pra
poucos. O tipo de obra que nos faz lembrar, em tempos sombrios como
os de hoje, que a arte deve e tem de ser livre, sempre! Vida longa à
Plebe Rude! R.I.P Kalunga.
foto:
Rodolfo Caravana