sábado, 30 de novembro de 2002

Filhotes, Jason / Kachanga - Botafogo - RJ

É bem verdade que a coisa foi feita meio que às pressas. Logo não houve tempo pra divulgar o evento como o mesmo merecia. Só que um show do Jason no Rio nos últimos tempos, não é algo tão comum assim. E foi para ver uma das bandas do underground carioca atual que eu mais gosto, e que nunca tinha visto ao vivo, que eis que à determinada altura da noite de sábado me encontro eu, em um Kachanga quase vazio.

Estavam previstas por volta de seis bandas pra tocar nesta noite. Acho que algumas deram pra trás ou algo assim. Sei que, logo que entrei me deparei com uma banda de hc melódico. Fiquei espantado com a faixa etária da banda, todos pareciam ser bem novos. E o público os acompanhavam na pouca idade. Seria o início de uma renovação no underground carioca? Sei lá...

Em seguida uma banda cujo nome não me lembro, mas levou um com na linha grind/hc. Logo depois tocaram os Filhotes. Músicas como "Tio Sam" e "Eu Bebi" animáram os poucos presentes.

Depois do Filhotes, enfim o Jason sobe ao palco. Pena que tinha pouca gente. O Jason"Eu Tu Dênis" como: "A crise","Eu não matei um Kennedy" e "Prisioneiro" (esta com participação do vocalista da banda de grind que havia tocado), com coisas das antigas como: "Roda Gigante", "Álbum de Família" e a maravilhosa "O Meu Talento de Afastar as Pessoas". Rolou até uma participação do ex-vocalista Vital em uma das canções que entraram na coletânea "Tributo ao Inédito". Teve até música nova na parada! Ah, é! Segundo eles, este foi o primeiro show do Jason sem máscara no Rio de Janeiro. Vai saber... simplesmente destrói ao vivo. O novo vocalista dá tranqüilamente conta do recado. O set mesclava canções do último álbum

Mas o que importa é, os caras ao vivo são excelentes! Entrosamento, empolgação e o descaso para com eles próprios necessário para serem a banda fenomenal que são e tocarem para um Kachanga quase vazio. Pra mim um público no mínimo ridículo para uma banda como o Jason. No fim das contas, o salto do baixista FF sobre a bateria, serviu pra mostrar que o que importava ali era estar tocando ou curtindo um show bem legal. Independentemente de o público da cidade maravilhosa permitir que uma banda como o Jason toque para meia dúzia de felizardos. Eu era um deles. Que bom!!!

por Rafael A.

quinta-feira, 28 de novembro de 2002

Destino Ignorado, Inércia, Geração Urbana / Gonça Rock 'n'roll - Clube Mauá - SG

Talvez uma quinta-feira não fosse o dia ideal para um show em São Gonçalo. Mas não é que tinha um público, ainda que pequeno, presente no Mauá? Além do Hard rock/blues do Destino Ignorado tinha ainda o punk rock do Inércia e covers de Legião com o Geração Urbana.

Quem abriu a noite foi o Inércia. Punk Rock da melhor qualidade. Músicas como "Degradação humana", "FHC" e um cover do Replicantes abriram a noite e levaram a galera pra frente do palco e até uma roda, bem modesta, surgiu no Mauá. Os caras mostraram um bom entrosamento, com destaque para o guitarrista Miguel e o batera Bozo.

Hora de Hard Rock e Blues. Destino Ignorado no palco. Só pra variar, a competência de sempre já que todo mundo ali sabe tudo em cima de um palco. Além de músicas do último cd single "Cenas" e sons mais antigos como "Destino Ignorado" (da primeira demo de 1993) que abriu o show, os caras agitaram os presentes com covers de Pink Floyd e Mutantes. Destaque para o visual do guitarrista Rogério: alguém que estava lá discorda que o cara tava a cara do Noel Gallagher do Oasis?

Pra fechar, Geração Urbana. Três dos quatro integrantes são do Destino Ignorado. Agora, o som é outra história. Sai o hard rock/blues e entram em cena as canções da Legião Urbana. Cássicos do brock como: "Que país é este?", "Geração Coca-cola" e "Será" entre outros seguram os poucos que ficaram por lá na frente do palco. Já era tarde, hora de ir, e do ponto de ônibus ainda ouvi "Tempo perdido" e "Pais e Filhos". Jeito legal de terminar uma noite de quinta-feira, não?

por Rafael A.

sábado, 23 de novembro de 2002

Rush / Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro

Quem diria, hein? Rush no Brasil! Faz um bom tempo que os caras pensam três vezes antes de fazer viagens como essa. Mas enfim chegou o dia. Tá legal, R$60,00 não é uma quantia digamos... rasoável. Mas acho até que a maioria das pessoas naquela fila gigantesca, que se formava em frente ao portão 19 do Estádio do Maracanã, não estavam arrependidas. Afinal, tratava-se de uma oportunidade única. Se valeu a pena ou não?

Vamos ao show:

É verdade, o Maraca não estava entupido, mas como tinha gente! Tanto no gramado quanto na arquibancada (se bem que acho um desperdício assistir um show desse de tão longe). Tá bom, a pista custava o dobro da arquibancada. Mas que um show desses tem que ser visto do mais perto possível, isso tem!

Com meia hora de atraso (na fila um bêbado jurava que os caras eram extremamente pontuais e que na altura em que estávamos não chegaríamos a tempo de ver o início do show) os caras pisam no palco. É complicado até de explicar, mas estavam ali Geddy Lee, Alex lifeson e Neil (TOCA MUITO) Peart, na minha frente! Logo de cara "Tom Sawyer", se o Maraca fosse coberto com toda certeza o teto teria vindo abaixo. Delírio total! Eram trinta anos de história diante de nossos olhos. Inspiração e competência elevados a décima potência, como por examplo na maravilhosa "YYZ", mais uma que fez o público entrar em êxtase. Ainda na primeira parte do show rolou a clássica "Close to the heart". Uma hora e meia após o início do show os caras dão uma parada de vinte e poucos minutos antes de recomeçar a "aula".

O que você imagina? Hora de tomar uma cerveja, certo? Errado! Não tinha cerveja!!! Quer dizer, tinha a tal Santa Cerva (que pra mim é algo próximo, porém não chega a ser cerveja), e a R$3,00 a latinha!!!!! O jeito é ficar a seco, né?

Quando já estava quase considerando a hipótese de um cochilo na geral do Maraca, as luzes se apagam e parece que o massacre vai recomeçar.

Mas uma hora e meia de show! Esta segunda parte do show foi mais direcionada para o último álbum "Vapor Trails" que admito: não ouvi, logo não conhecia as músicas do mesmo executadas no show. Mas pra falar a verdade saí dali disposto a caçar uma loja e comprar o novo álbum. As músicas são demais. A certa altura começa o que muitos já estavam até sentindo falta: Neil (TOCA MUITO, MESMO) Peart, solando. O set de bateria do cara parece não ter fim. O troço gira e o caramba! Besteira falar que o cara destrói, né? Técnica e velocidade em um solo sensacional. Até a Lua apareceu durante o solo do cara! Ao final, uma platéia embasbacada gritando: Nail Peart!!! Neil Peart!!!

Em seguida Geddy Lee e Alex Lifeson nos violões e depois tome paulada. As músicas do "Vapor Trails" mostraram que os caras não perderam o pique. Chega o final do show. Se teve bis? Claro, dois! Porém faltou "Fly by Night". Eu até diria: fica pra próxima. Mas duvido que haja uma próxima, de verdade. Quem viu, viu. Quanto a pergunta do primeiro parágrafo: Valeu a pena e muito!!!

por Rafael A.

domingo, 10 de novembro de 2002

Aasgard, Blink, Subinversão, Sexo e Bloody Mary, NST, Orquídea Maltada / Rato no Rio - RJ

Após uma série de peripécias e milhares de minutos jogados fora, chego com minha "rata" no Rato no Rio, grande evento em Bangu. Já era 19:30h, e eu perdi as duas primeiras bandas (realmente uma pena), e tava tocando o Subinversão. Uma banda maneira, que além de músicas próprias também tocava covers, mas com versões próprias (incluindo uma excelente de California Überales, dos Dead Kennedys), com um vocal feminino muito bom. Aliás, todas as bandas da noite (pelo menos as que eu vi) tinham vocal feminino - bem interessante, uma vez que infelizmente não é tão comum.

O Rato no Rio tava cheio de gente (eu acho que atualmente é um dos melhores lugares para ver um showzinho no Rio) quando a banda aniversariante (quantos anos?, 2?, 7?, tá, não sei) Sexo e Bloody Mary entrou. Uma banda com tons engraçados (boas zoações por parte da vocal), que tocaram desde uma versão deles pro que é o Death até uma versão hc do Simply Red. Músicas deles boas, e a banda se sentiu em casa como um aniversariante, além de que se não fosse maneira, não tinha durado esses anos (tá, eu sei que não sei quantos são). O show deles terminou com o batera jogando as baquetas pra galera, num arroubo de "minha banda é grande" que ficou engraçado depois - ao que parece eram as duas únicas baquetas do estabelecimento, e a outra banda não começou a tocar até que as pessoas devolvessem as baquetas, o que durou uma meia hora.

Aí veio o NST, querendo mostrar o porquê desse nome ("Não Sabemos Tocar"). Brincadeiras à parte, a banda, que começou com dois vocais femininos, fez uma verdadeira anarquia musical, terminando o show com dezenas de pessoas em cima do palco. Foi uma zoação muito maneira, até porque já tinha esvaziado um pouco e muita gente tinha ido embora (para falar a verdade, eu não prestei atenção em nenhuma música em particular - fazer o quê se eu não estava sozinho...).

Infelizmente o Orquídea Maltada não tocou, mas a essa hora já não tinha quase ninguém. O show foi maneiro mas era hora de voltar pra casa...

por Rodolfo Caravana

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