sábado, 27 de novembro de 2004

Plebe Rude

Abertura: Queers

Circo Voador (Rio de Janeiro/RJ)

O show prometia, e muito. Mais uma volta da Plebe Rude (ao que parece, agora, definitiva). Uma das poucas bandas do cenário nacional que merece ser respeitada. Tudo bem que sem a formação clássica. O vocalista Jander e o batera Gutje ficaram de fora dessa volta. Ao menos um desses desfalques foi suprido com uma participação no mínimo ilustre, por assim dizer. Nada mais que Clemente, líder do Inocentes, dividindo o palco com Phelippe Seabra e cia. Já pensou? No mínimo histórico, né? Só quer não parou por aí: De quebra, a abertura ficou a cargo dos californianos do Queers. Clássica banda de punk Rock bubleggum passando pela segunda vez por terras brazucas. Mais que suficiente, né?

E lá vamos nós... Pra começar, quem achou que o Queers não teria público pra conferir seu show se enganou redondamente. Quem levou fé na história de que os caras não abriam show pra ninguém se enganou também, já que os caras foram os primeiros a pisar no palco do Circo Voador. E é mais ou menos o seguinte: Que show foi aquele??? Uma senhora apresentação que, se foi um pouco longa demais, levou os fãs da banda ao paraíso. Destaque para a performance do baixista que parecia se divertir tanto quanto a galera na roda lá em baixo. Um belo show de punk Rock à la Ramones que teve seu final em grande estilo com nada mais, nada menos que Rock Away Beach. Pogo na galera e diversão em cima e ‘em baixo’ do palco. Excelente!

E era chegada a hora. Mais de vinte anos separavam o primeiro show da Plebe aqui no Circo Voador, ao lado do também clássico Olho Seco num distante 1983. E agora, anos, discos, e formações depois a Plebe Rude voltava ao palco por onde a história do Rock brasileiro passou há décadas atrás. E tendo em seu line up simplesmente o líder dos Inocentes. Chega de enrolar, né? De cara, Brasília. A roda se abria e começava a ser escrita uma página na história recente do Rock nacional. Clemente mostrou uma senhora presença de palco e a banda segurou o público com a segurança peculiar a uma banda com vinte e poucos anos de história e dois dos frontmans mais importantes do Rock brazuca. Vieram Bravo Mundo Novo, Luzes, Este Ano, Censura, Códigos, A Ida, Mentiras Por Enquanto, Johnny Vai À Guerra, Minha Renda, Sexo E Karatê, ProteçãoPátria Armada, do Inocentes e Ódio às Tv’s do Coquetel Molotov no meio e tudo!), enfim. Incrível! No bis, tenta imaginar aí: Pânico em SP (clássico absoluto da banda do sr. Clemente) e, óbvio, Até Quando Esperar. Um final fantástico para um show inesquecível. (com direito à

E chegamos ao fim. Uma noite que já faz parte da história do Rock nacional. O público, ao meu ver, não foi de longe o que a data merecia. Estava cheio, mas faltou muito para estar totalmente abarrotado de gente como deveria. Que seja, estamos no Rio e as coisas aqui já não são como deveriam (ou poderiam) faz tempo. De minha parte? Me diverti como há muito tempo não me divertia e saí do Circo Voador com a sensação de ter conferido um dos melhores shows da minha vida. E pro desavisado que após o show do Queers disse que ‘...mas a Plebe é tranqüilo, ninguém vai abrir roda. O pessoal vai ficar parado só vendo...’: Lamento amigo. A Plebe Rude é nada mais nada menos que um dos nomes mais importantes do Punk Rock nacional. E ainda que a ‘garotadinha underground (emo, hc, straight, ou o raio que o parta)’ não faça idéia da importância do nome Plebe Rude (muitos foram embora, ou esqueceram o palco depois do Queers... ignorância, prepotência e falta de respeito para com quem realmente merece infelizmente são características da ‘geração roqueira’ de hoje), os caras foram simplesmente arrasadores e deram uma aula de punk Rock para os presentes que, como eu, assistiam a tudo aquilo embasbacados. Mais uma vez: A Plebe tá de volta!!! Viva a Plebe Rude!!!


por Rafael A.
Info: www.circovoador.com.br


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