Rock Humanitário 2014!

Rock Humanitário 2014

19/04/2014

Espaço de Eventos (Perynas, Cabo Frio/RJ)

KORZUS – RATOS DE PORÃO – DEAD FISH – PLEBE RUDE – HISCOS – CARRO BOMBA – FLICTS – LEFT HAND – THE SEXONS – LETHAL DOSE – NAÍRA – INDIC BLUE – IORIUS – USINA BLUES – PROTESTO SUBURBANO – COMANDO DELTA – DECK 35

Bom, como já foi dito aqui em outras ocasiões, praia, mar, areia, engarrafamentos e coisas típicas de feriados não são pra este que vos escreve. Sendo assim, a Região dos Lagos, destino de boa parte da população de Niterói, São Gonçalo e arredores em feriados prolongados não seria, sob alegação alguma, o lugar ideal para um passeio em plena Semana Santa. A não ser que...

Venhamos e convenhamos: Plebe Rude, Ratos de Porão, Dead Fish, Korzus, Flicts, Protesto Suburbano e os camaradas do Comando Delta não tocam juntos todo dia aqui pelo RJ, certo? Ou seja, haviam pouquíssimas razões aceitáveis para não sair (mesmo que em cima da hora) que nem doido, correndo pra Cabo Frio! E foi o que fez este fanzine na tarde do último sábado!

Chegando a Cabo Frio, ao caminhar pela rua que levava à entrada do evento, já se ouvia o ecoar das distorções vindo de um dos palcos. Lá dentro, impossível não notar (e esbarrar com) uma penca de conhecidos dos mais diversos cantos do RJ. Sendo assim, entre cumprimentos e as primeiras cervejas, ia conferindo de longe shows de Left Hand, Lethal Dose, Carro Bomba e outras que, em sua maioria, tinham os dois pés fincados no som pesado!

Aliás, fazia um bom tempo que não tinha notícias da banda Naíra! O Hardcore cheio de peso da banda da Região dos Lagos botou a garotada pra agitar na roda. Ia chegando a hora da troca de palcos... Primeiro foi a vez de chegar pra frente no show da lendária Protesto Suburbano! Um dos nomes mais importantes do under carioca subiu ao palco do Rock Humanitário com disco novo no forno e disposição de sobra! Roda comendo e galera contando junto! Memorável!

O Punk Rock competentíssimo dos paulistas da Flicts veio logo em seguida, no palco principal! Na minha opinião o melhor show que vi dos caras até então! À essa altura, o Punk Rock/Hardcore já ditava o clima do festival! De volta ao palco secundário (apelidado carinhosamente de palco sunset): foi a vez dos caras do Comando Delta arrebentarem! Uma energia incrível, de quem parecia tocar no quintal de casa (como, de fato, estavam), jogando pra torcida! Belo show!

Uma ida ao banheiro, mais uma cerveja e... Corta pro palco principal!!! Dead Fish promovendo um verdadeiro massacre no que terminou como um dos momentos mais marcantes da noite! “Zero e Um”, “Proprietários do Terceiro Mundo”, “Afasia” e mais uma dose generosa de sons das antigas botaram a garotada lá na frente (a idade já não permite certas extravagâncias...) pra se matar na roda!

Não menos 'delicados' (muito pelo contrário) que os capixabas do Dead Fish foram Jõao, Jão, Boka e Juninho! Difícil classificar o Ratos de Porão ao vivo.... Massacre, pancadaria, brutalidade pura, acachapante.... aliás, como sempre! “Crássicos” pra tudo quanto foi lado e galera, mais uma vez (entre tantas no mesmo festival) em êxtase! E ainda tinha mais por vir!

Hora de tomar um ar (entenda-se cerveja) e dar um confere nos stands de materiais que rolaram no evento. Lá na frente, outra lenda na música extrema fazia seu show: o Korzus levou pra frente do palco principal absolutamente todos os headbangers presentes no Rock Humanitário. Delírio na galera e a mais alta competência em cima do palco! Digna de um dos nomes mais reverenciados do Metal nacional!

E pra liquidar a fatura? Um maiores expoentes do BRock 80: Nada mais nada menos que Plebe Rude no palco! E um senhor show! Como sempre! Não importa quanto tempo passe, ouvir “Brasília”, “Jhonny Vai à Guerra”, “A Ida”, “Minha Renda”, “Códigos” (de arrepiar!) e tantas obras primas deixa qualquer um desnorteado! “Pátria Armada”, dos Inocentes, na voz do Clemente foi mais um momento arrasador! Assim como “Vote Em Branco”, mais pro final do show/aula! Aula que terminou, mais uma vez, arrepiando os presentes com o clássico absoluto “Até Quando Esperar” cantado pela galera que ficou madrugada adentro pra conferir mais uma apresentação magistral da lenda viva de Brasília!

Desnecessário render elogios à produção do Rock Humanitário. Só em terem juntado os nomes que juntaram, no mesmo dia e num evento beneficente, já deram provas mais que suficientes de sua competência. Também não precisa citar que, por mais que se puxe pela memória não dá pra pensar em outro festival como esse rolando em solo Fluminense. Não, não tem mesmo! E até a volta pra casa (com uma pence de bons shows ecoando na cabeça), apesar de cansativa, foi divertida! Desde já esperando o do ano que vem!

Rafael A.

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fotos: Rafael A. & Deise Santos