segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Ao Vivo :: Plebe Rude e as Canções que Não Envelhecem...


Rock Popular
14/10/2017
PELEBE RUDE - CABEÇA - RIO MARACATU
Teatro Popular Oscar Niemeyer

por: Rafael A.

Já fazia um bom tempo que não conferia uma apresentação da Plebe Rude. Banda fundamental do Rock de Brasília dos anos oitenta, e audição obrigatória para quem quer entender o Rock por essas terras, a Plebe andou sumida daqui.

Tão poucas visitas de Philippe Seabra & Cia. a esse lado da Baia de Guanabara, mais abertura da lendária banda carioca Cabeça, com direito a cortejo celebrando os vinte anos do Rio Maracatu, sugeriam uma noite e tanto no Centro de Niterói. Infelizmente, aos quarenta e cinco do segundo tempo, chega a notícia do falecimento do baixo/vocal do Cabeça (também BNegão & Seletores de Frequência) e skatista Kalunga...

O show tinha que continuar... Continuou. E começou lindamente com o cortejo do Rio Maracatu. Ainda com pouco público no Teatro Popular, os tambores fizeram ecoar o ritmo pernambucano pelo Centro da Cidade. Além de pôr o povo pra dançar.

Creio que uma banda com trabalho autoral se encaixaria melhor na abertura pra Plebe. Mas, obviamente, a notícia da morte do Kalunga pegou todos de surpresa, praticamente na véspera do show, enfim... No lugar do Cabeça, e já com casa cheia, a The Calangles fez o primeiro show da noite. Já havia visto show deles! Boas releituras de Beatles mescladas com clássicos do Rock. Um bom show, que prendeu a atenção da galera presente.

E chega a hora do reencontro, deste que vos escreve, com a Plebe Rude! Sem André X no baixo (momentaneamente), Seabra e Clemente esbanjaram disposição diante de uma plateia que reuniu velhos e novos fãs! Teve “Johnny Vai a Guerra”, “Brasília”, “Minha Renda” e outros clássicos do primeiro trabalho da banda, fundamental pro Rock Nacional! Rolou medley de sons do (espetacular!) álbum Nunca Fomos Tao Brasileiros, de 1987, com direito à acachapante balada “A Ida”!

Tá bom ou quer mais? Mais?! Teve, sim! A linda “Pátria Armada” (dos Inocentes) fez todo sentido em tempos de golpe. E, como se não bastasse, vieram “Luzes” da, também lendária, banda brasiliense Scola de Escândalos e “Rock The Casbah” do The Clash! E, claro, teve o final já esperado, mas nem por isso menos emocionante, com o hino “Até Quando Esperar”!

Bom ver a Plebe, em plena forma, após trinta e seis anos de atividades! Melhor ainda, é lembrar o quão todas aquelas canções fazem sentido hoje, da mesma forma que faziam há três décadas atrás. Relevância que poucas bandas conseguem. Coisa rara, pra poucos. O tipo de obra que nos faz lembrar, em tempos sombrios como os de hoje, que a arte deve e tem de ser livre, sempre! Vida longa à Plebe Rude! R.I.P Kalunga.


foto: Rodolfo Caravana  

Um comentário:

Anônimo disse...

Jornalista tem que ser imparcial. O que é golpe pra ele pode não ser para os outros, então escreva de música e esqueça a política, só um toque.

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