Velhos
conhecidos aqui do FMZ, essa 'galera' (que na verdade, hoje, é uma
dupla) tem uma história que ultrapassa a marca de uma década!
Primeiro como Ricto Máfia, banda surgida no município de Barra
Mansa (Região Sul Fluminense). Já eram apontados aqui no FMZ, por
este que vos escreve, como um dos nomes mais interessantes do cenário
do Rio de Janeiro. Tempos depois, a fase Ricto Máfia se encerrava -
justamente durante as comemorações dos dez anos do Projeto Praia do
Rock, evento promovido por nós aqui do FMZ em janeiro desse ano, em
parceira com o produtor Fábio Heavy em Maricá (RJ). Já na cidade
de Resende, próxima a cidade natal da banda, a Ricto Máfia se
tornava somente Ricto. E, de cara, um primeiro trabalho com o novo
nome e uma senhora repercussão. A história é longa. Só tentei
resumir um pouco. Melhor deixar a própria Ricto contar pra nós,
certo? Batemos um papo com a vocal e guitarra Ive Moco. Papo que você
confere agora na íntegra. Hora conhecer um pouco mais da segunda
banda a entrar em nossa seção FMZ Recomenda, no recém-lançado
FMZ#18:
FMZ_ONLINE:
Pra começar, queria que vocês contassem pra galera como rolou a
decisão de mudar o nome de Ricto Máfia para Ricto. O que muda junto
com o nome?
Ive
Moco: Ricto não tem 10 anos de existência. Externamente pode
parecer um detalhe, mas isso já muda bastante coisa, a disposição,
o foco, a maneira como eu enxergo a banda. É um passo à frente,
enquanto Ricto Máfia era a expressão da conhecida angústia
adolescente, a banda com os amigos (mesmo que sempre encarada com
seriedade), Ricto é meu projeto de vida, o meio pelo qual me
expresso da forma mais verdadeira, é o que tenho a oferecer, nem
mais, nem menos.
FMZ_ONLINE:
Logo após a mudança do nome, vocês já lançaram material. As
músicas que estão em Máfia, são da época do antigo nome ou foram
compostas pensando nesse projeto?
Ive
Moco: São anteriores à mudança do nome sim, por isso optei por
nomear o álbum de "Máfia", ele resume de certa
forma o que foi a Ricto Máfia da minha adolescência e
prepara o terreno pra Ricto atual. As músicas são bem
diferentes entre si e a ordem foi escolhida baseada nos repertórios
dos shows.
FMZ_ONLINE:
E a repercussão do novo CD? Já deu pra sentir a resposta do
público?
Ive
Moco: Tem havido uma média de 200 streamings por semana
no bandcamp e em alguns dias após o lançamento, haviam mais
de 100 downloads no site oficial, só com divulgação
por email. Nos shows, há quem cante as músicas e após cada
um, temos recebidos comentários positivos, vendido o CD
físico. Tô achando ótimo.
FMZ_ONLINE:
Com relação aos shows? Quando se pensa em Rock vem logo a ideia do
formato baixo, guitarra e batera. No caso de vocês, uma dupla, como
isso funciona. Rola uma preocupação de preencher os espaços,
talvez o que seria função do baixo, na hora de executar as músicas
ao vivo? Confesso que não senti falta alguma do baixo quando vi
vocês pela última vez, mas gostaria de saber como vocês trabalham
isso. Ou se é algo a ser trabalhado!
Ive
Moco: Não creio que há ainda esse formato tão estabelecido no
rock, bastante coisa mudou depois do White Stripes e mesmo do
Arcade Fire, se formos falar em bandas com muitos integrantes
rs. Viramos dupla, na época, mais por falta de opção do que
por estética. Acabou se mostrando um formato bem prático em
diversos momentos, não depender tanto de várias pessoas. Mas da
mesma forma que aceito o desafio da dupla, nada nos impede de tocar
com mais gente, se houver a oportunidade.
FMZ_ONLINE:
A banda vive em Resende, na Região Sul Fluminense. Queria saber como
andam as coisas no underground por aí.
Ive
Moco: Aqui a gente sempre reclama que não há cena, mas se
prestarmos atenção faz bem uns 10 anos que há eventos
relativamente constantes em Resende e Volta Redonda principalmente. O
que não há é um registro e divulgação eficaz do que acontece por
aqui. E há diversas bandas querendo se estabelecer. Além da Ricto,
há a Não Fique Triste, na qual toco piano, a Quarto do L,
The Alchemists, Inabitual, Eu Você e a Manga,
Derival, Lamadart, o retorno do Iguanas... gente que tá
buscando gravar, tocar e vivenciar um pouco essa coisa de ser músico
e artista, seja lá o que isso for.
FMZ_ONLINE:
Vocês administram um espaço de shows na cidade de vocês. Como é
conciliar a banda com outros projetos, como a casa Subterrânea?
Ive
Moco: Sim, temos a Casa Subterrânea, na qual diversos
amigos colaboram direta e indiretamente. A ideia é oferecer espaço
pra essa cultura independente e alternativa, em diversas áreas, mas
não estamos exatamente inseridos no mercado independente. Fazemos
eventos com bandas, mas já fizemos lançamento de livro ("Esporro",
de Leonardo Panço / "Câmera Lenta", de
Cristiano Onofre), vídeos, curtas e filmes ("Fanzineiros
do Século Passado", de Márcio Sno), feira de
fanzines, cineclube. Recentemente, rolou até uma exposição de
quadros (de Thamyrys Lisboa), bem mais no esquema DIY e
menos no de casa de eventos, mas sempre buscando dar um mínimo de
boa estrutura pra todos.
FMZ_ONLINE:
E quais os planos para o futuro da Ricto? O que vem por aí?
Ive
Moco: Planos para o futuro sempre, ainda há muito por vir, já
tenho material pra outros álbuns e algumas pretensões. Mas por hora
é trabalhar mais na divulgação do "Máfia", fazer
vídeos (o clipe de "Defensiva" terá veiculação
no canal Rede Brasil e no local Canal 36), buscar shows
e espaço. Algo bem legal que está por vir é um projeto em parceria
com a fotógrafa Talita Abreu, o "Múltiplas
Personalidades", nome de uma das músicas da banda, que será
divulgado em breve pelas redes da Ricto.
FMZ_ONLINE:
Chegamos ao fim. O espaço é de vocês! Alguma mensagem final,
recado...?
Ive
Moco: Sempre bom lembrar que a Ricto está por aí na
internet, pelo site, além de poder ouvir e baixar o
álbum, é possível chegar em outras redes, face, twitter,
tumblr e ficar por dentro das novidades e agenda. Obrigada
pelo espaço e lembrança e bora viver a vida que imaginamos.
por:
Rafael A.
Confira
o clipe de “Defensiva”:
Ouça o novo CD Defensiva:
Confira
a participação da Ricto (ainda como Ricto Máfia)
na Coletânea PATCH Vol.1:
E
confira a participação da Ricto
(ainda como Ricto Máfia)
na Coletânea PATCH Vol.2:
Mais
sobre a banda no link.
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