domingo, 7 de outubro de 2012

Entrevista : Ricto



Velhos conhecidos aqui do FMZ, essa 'galera' (que na verdade, hoje, é uma dupla) tem uma história que ultrapassa a marca de uma década! Primeiro como Ricto Máfia, banda surgida no município de Barra Mansa (Região Sul Fluminense). Já eram apontados aqui no FMZ, por este que vos escreve, como um dos nomes mais interessantes do cenário do Rio de Janeiro. Tempos depois, a fase Ricto Máfia se encerrava - justamente durante as comemorações dos dez anos do Projeto Praia do Rock, evento promovido por nós aqui do FMZ em janeiro desse ano, em parceira com o produtor Fábio Heavy em Maricá (RJ). Já na cidade de Resende, próxima a cidade natal da banda, a Ricto Máfia se tornava somente Ricto. E, de cara, um primeiro trabalho com o novo nome e uma senhora repercussão. A história é longa. Só tentei resumir um pouco. Melhor deixar a própria Ricto contar pra nós, certo? Batemos um papo com a vocal e guitarra Ive Moco. Papo que você confere agora na íntegra. Hora conhecer um pouco mais da segunda banda a entrar em nossa seção FMZ Recomenda, no recém-lançado FMZ#18:

FMZ_ONLINE: Pra começar, queria que vocês contassem pra galera como rolou a decisão de mudar o nome de Ricto Máfia para Ricto. O que muda junto com o nome?

Ive Moco: Ricto não tem 10 anos de existência. Externamente pode parecer um detalhe, mas isso já muda bastante coisa, a disposição, o foco, a maneira como eu enxergo a banda. É um passo à frente, enquanto Ricto Máfia era a expressão da conhecida angústia adolescente, a banda com os amigos (mesmo que sempre encarada com seriedade), Ricto é meu projeto de vida, o meio pelo qual me expresso da forma mais verdadeira, é o que tenho a oferecer, nem mais, nem menos.


FMZ_ONLINE: Logo após a mudança do nome, vocês já lançaram material. As músicas que estão em Máfia, são da época do antigo nome ou foram compostas pensando nesse projeto?

Ive Moco: São anteriores à mudança do nome sim, por isso optei por nomear o álbum de "Máfia", ele resume de certa forma o que foi a Ricto Máfia da minha adolescência e prepara o terreno pra Ricto atual. As músicas são bem diferentes entre si e a ordem foi escolhida baseada nos repertórios dos shows.


FMZ_ONLINE: E a repercussão do novo CD? Já deu pra sentir a resposta do público?

Ive Moco: Tem havido uma média de 200 streamings por semana no bandcamp e em alguns dias após o lançamento, haviam mais de 100 downloads no site oficial, só com divulgação por email. Nos shows, há quem cante as músicas e após cada um, temos recebidos comentários positivos, vendido o CD físico. Tô achando ótimo.


FMZ_ONLINE: Com relação aos shows? Quando se pensa em Rock vem logo a ideia do formato baixo, guitarra e batera. No caso de vocês, uma dupla, como isso funciona. Rola uma preocupação de preencher os espaços, talvez o que seria função do baixo, na hora de executar as músicas ao vivo? Confesso que não senti falta alguma do baixo quando vi vocês pela última vez, mas gostaria de saber como vocês trabalham isso. Ou se é algo a ser trabalhado!

Ive Moco: Não creio que há ainda esse formato tão estabelecido no rock, bastante coisa mudou depois do White Stripes e mesmo do Arcade Fire, se formos falar em bandas com muitos integrantes rs. Viramos dupla, na época, mais por falta de opção do que por estética. Acabou se mostrando um formato bem prático em diversos momentos, não depender tanto de várias pessoas. Mas da mesma forma que aceito o desafio da dupla, nada nos impede de tocar com mais gente, se houver a oportunidade.


FMZ_ONLINE: A banda vive em Resende, na Região Sul Fluminense. Queria saber como andam as coisas no underground por aí.

Ive Moco: Aqui a gente sempre reclama que não há cena, mas se prestarmos atenção faz bem uns 10 anos que há eventos relativamente constantes em Resende e Volta Redonda principalmente. O que não há é um registro e divulgação eficaz do que acontece por aqui. E há diversas bandas querendo se estabelecer. Além da Ricto, há a Não Fique Triste, na qual toco piano, a Quarto do L, The Alchemists, Inabitual, Eu Você e a Manga, Derival, Lamadart, o retorno do Iguanas... gente que tá buscando gravar, tocar e vivenciar um pouco essa coisa de ser músico e artista, seja lá o que isso for.



FMZ_ONLINE: Vocês administram um espaço de shows na cidade de vocês. Como é conciliar a banda com outros projetos, como a casa Subterrânea?

Ive Moco: Sim, temos a Casa Subterrânea, na qual diversos amigos colaboram direta e indiretamente. A ideia é oferecer espaço pra essa cultura independente e alternativa, em diversas áreas, mas não estamos exatamente inseridos no mercado independente. Fazemos eventos com bandas, mas já fizemos lançamento de livro ("Esporro", de Leonardo Panço / "Câmera Lenta", de Cristiano Onofre), vídeos, curtas e filmes ("Fanzineiros do Século Passado", de Márcio Sno), feira de fanzines, cineclube. Recentemente, rolou até uma exposição de quadros (de Thamyrys Lisboa), bem mais no esquema DIY e menos no de casa de eventos, mas sempre buscando dar um mínimo de boa estrutura pra todos.


FMZ_ONLINE: E quais os planos para o futuro da Ricto? O que vem por aí?

Ive Moco: Planos para o futuro sempre, ainda há muito por vir, já tenho material pra outros álbuns e algumas pretensões. Mas por hora é trabalhar mais na divulgação do "Máfia", fazer vídeos (o clipe de "Defensiva" terá veiculação no canal Rede Brasil e no local Canal 36), buscar shows e espaço. Algo bem legal que está por vir é um projeto em parceria com a fotógrafa Talita Abreu, o "Múltiplas Personalidades", nome de uma das músicas da banda, que será divulgado em breve pelas redes da Ricto.


FMZ_ONLINE: Chegamos ao fim. O espaço é de vocês! Alguma mensagem final, recado...?

Ive Moco: Sempre bom lembrar que a Ricto está por aí na internet, pelo site, além de poder ouvir e baixar o álbum, é possível chegar em outras redes, face, twitter, tumblr e ficar por dentro das novidades e agenda. Obrigada pelo espaço e lembrança e bora viver a vida que imaginamos.

por: Rafael A.


Confira o clipe de “Defensiva”:

Ouça o novo CD Defensiva:




Confira a participação da Ricto (ainda como Ricto Máfia) na Coletânea PATCH Vol.1:

E confira a participação da Ricto (ainda como Ricto Máfia) na Coletânea PATCH Vol.2:


Mais sobre a banda no link.

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