quarta-feira, 1 de junho de 2011

Praia do Rock especial Tributo a Língua Portuguesa!


Projeto Praia do Rock – Tributo à Língua Portuguesa
28/05/2011
Bar & Pizzaria Portuga Legal (Itaipuaçú, Maricá/RJ)
TUCA MARQUES – CECÍLIA – CARLOS SPIHLER – NEVEMARÇO – SERVOS DE CONTRATO – CIDADE PERDIDA


O Praia do Rock está caminhando para seu décimo aniversário! Pensar que um evento realizado desde 2002 continua em atividade até os dias de hoje é ter a confirmação que modismos, bandas ‘do momento’ e coisas do tipo, definitivamente, passam. Estou colocando isso aqui para salientar que o Praia do Rock, nesses dez anos de autêntica resistência, sempre esteve aberto aos mais diversos estilos e vertentes do Rock. Porém, o projeto em momento algum se rendeu às diversas tendências surgidas no meio roqueiro de dez anos pra cá. E, seja como for, isso é motivos para aplausos. Se não pela postura (cada um pensa de um jeito), pela resistência em mantê-la.




Enfim, este último fim de semana de maio, assim como em outros anos, foi dedicado ao especial ‘Tributo Língua Portuguesa’. Onde bandas com trabalho autoral e letras em português (não brinca...) mostram seus trabalhos. É sem dúvida a edição temática mais badalada de todo o Projeto Praia do Rock. E lá foi o FMZ, devidamente representado por este que vos escreve (que participaria não só cobrindo o evento, mas também como dublê de dj, por assim dizer), pegar a estrada rumo a Praia da Ponta do Francês! Lá, um frio considerável... Mas nada que umas cervejas não resolvam, certo?



E depois de umas cervejas com um sujeito idêntico ao Edu K do De Falla (jurou que era pescador e não sabia do que se tratava...) num bar próximo ao lugar do show, era hora de tomar vergonha e assumir meu posto ao lado da mesa de som! Pouco tempo depois, chegaria a hora do barulho rolar no palco! Chuva, estrada ruim (ainda falaremos disso) e banda perdida no meio do caminho acabaram provocando alterações na ordem das apresentações: assim, o primeiro som a rolar foi o Pop Rock da local Nevemarço. Entre alguns dos sons que rolaram, os acabaram se saindo melhor na versão de “Me Deixa” da banda carioca O Rappa. Em seguida, foi a vez da banda Carlos Spihler fazer o pré-lançamento de seu mais novo trabalho, o cd “Geração Piercing & Argola”. Novos sons como “Se é Esse o Mundo” (tá na coletânea PATCH Vol.3!), “Garotinha Loka” e “Um Cara de Sorte” se encontraram com versões para Matanza e Raimundos. Show legal!



Logo em seguida Tuca Marques & Trincaz tomaram conta do pedaço pra mais um showzão. Sério mesmo! Canções do repertório próprio dos caras como a nova “Refém”, “Máscara” e “Selva de Pedra” continuam sendo pontos altos da apresentação do power trio. Mas não dá pra não citar as versões acachapantes de “Armadilha” (Finis Africae) e “Coração de Metal” (Sangue da Cidade)! Dois autênticos clássicos do Lado B do Rock brazuca nos anos oitenta! Ainda deu tempo pra “Time” do Pink Floyd e “Born to be Wild” (Stepenwolf) colocarem gente pra dançar no Portuga Legal! Grande apresentação! A cada show que passa Tuca Marques (voz & guitarra), Abraão Leite e Paulinho Lombardy (batera) vão se encontrando mais no palco. O que já era bom, vai ficando cada vez melhor!



E ainda tinha muito mais barulho pra rolar! Logo após Tuca Marques & Trincaz a garotada da banda Cecília entrou em cena pra apresentar seu novo vocalista e um show bem diferente do último que a galera do Praia do Rock pode conferir. Como já disse aqui, o Math Rock da banda vai cada vez mais tomando ares de Rock Alternativo (entendendo o termo como algo mais amplo). O poema na abertura do show funcionou bem e culminou num começo arrasador com “A Culpa”! Aliás, outra faixa da coletânea PATCH Vol.3, confere lá! Com o passar do tempo Tiago (guitarra), Davi (batera) & cia. vão mostrando amadurecimento musical e entrosamento crescentes. Com isso, momentos como “O Lamento de Um Egoísta” e a versão da banda pra “Ando Meio Desligado”, dos Mutantes, vão soando mais coesos e passam a fazer mais sentido dentro do repertório da Cecília. Bem legal mesmo!



Fim de festa? Que nada, ainda tinha mais gente pra se apresentar! Confesso que a princípio torci o nariz pro som da Servos de Contrato. A banda que veio logo em seguida me soou, digamos, inocente. Explico: desde a entrada do trio, passando pela apresentação do tipo “...não viemos apenas para tocar, viemos para passar uma mensagem...” e coisas do tipo soam, de fato, inocentes nos dias de hoje (dependendo da forma como se faz). Mas, no decorrer do show, a Servos de Contrato acabou mostrando uma proposta interessante. Os arranjos de andamentos lentos e solos de guitarra, por vezes exagerados e repetitivos, levam o expectador pra uma viagem curiosa que passa por bandas brazucas independentes da década de noventa como Bughouse, Indoor e Moonrise. Trata-se de uma banda visivelmente no começo, uma galera bem nova. Até mesmo no que diz respeito ao discurso adotado e a forma como é passado. Após ‘ajustar’ alguns conceitos e idéias (pirncipalmente) musicais, deve dar em coisa boa. Vamos esperar e torcer, certo?



A banda Cidade Perdida fecharia o evento, mas após a Servos de Contrato, nem sinal dos caras... A surpresa ficou por conta dos Punks da Agressão Social, que começaram seu show já com o dia claro! Vocal, guitarra e batera berrando palavras de ordem, e protesto típicamente Punk fechando mais uma edição do Projeto Praia do Rock!!! De minha parte, como ‘discotecador’ (ou coisa que o valha): tentei agradar ao maior número de pessoas possíveis (guardadas as devidas proporções, claro). Os sons que pareceram chamar mais atenção foram Violeta de Outono, Dead Fish, Matanza e as versões de “Construção” (Chico Buarque) da extinta banda carioca Infierno e “Acordo de Malandro” de Bezerra da Silva (versão Ataque Periférico). Mais variado impossível, certo?



E foi isso. Noite (já passavam das sete da manhã, em todo caso...) bacana em Itaipuaçú. Recomendo uma ida à Ponta do Francês que é, definitivamente, um lugar lindo, tranquilo e perfeito pra uma noite/manhã de som e cerveja. Mas não dá pra não citar o péssimo estado das estradas da Região. É uma pena que um lugar tão legal tenha o acesso dificultado por pura e simples omissão do Poder Público (me parece a única explicação)... De volta ao Praia do Rock, o evento de Rock mais tradicional de Maricá e Região resiste bravamente ao tempo (graças a obstinação de seu criador, Fábio Heavy) e prova sua imoportância no cenário da música independente Fluminense. Vale uma visita, ok? Até!



Rafael A.


fotos: Rafael A. / Latitude Zero Prod.





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