quarta-feira, 20 de junho de 2012

Entrevista: Rotten Flies



Considerada uma das bandas mais representativas do HC Pessoense, o Rotten Flies vem fazendo história e motivo de orgulho prá cena independente de sua cidade. Afinal, são 20 anos de estrada,em que a banda vem cada vez se firmando e mostrando ao que veio,em coletâneas e trabalho próprio. “Amargo” dá nome ao novo trabalho. Aliás novo em termos, pois ele ja tinha sido gravado em 2002 e lançado virtualmente em 2009. Sua versão física se deu agora, em 2012. Prova de quem não se cansa nunca. Prá falar disso e muito mais, Adriano, guitarrista da banda, nos cedeu essa entrevista. Acompanhe!


FMZ_ONLINE: Qual sua visão de tudo que fizeram até hoje, após esses 20 anos o que mudou e o que melhorou na cena musical de João Pessoa e vocês?

Adriano: Desde que a banda foi formada em 1990, passamos por muitas situações, criamos muitas amizades e também conhecemos muita gente escrota querendo passar a perna, de qualquer forma sempre comemos pelas bordas, sem se importar com situação ou modismo, tanto que já passaram cinco Presidentes da Republica e provavelmente passaremos por mais cinco. Quanto a cena em João Pessoa, melhorou sim, existem mais bandas, mais locais pra shows e mais locais pra ensaio. A Rotten continua a fazer o mesmo Punk HC tosco de 20 anos atrás a diferença é que estamos mais velhos e mais gordos.


FMZ_ONLINE: Fala da produção/gravação do novo CD. Foi gravado ao vivo como o anterior, o "Rota de Colisão"? Como foi?


Adriano: Cara, essa história é muito enrolada. Na realidade o “Amargo” foi gravado em 2002, há 10 anos, mas devido a falta de grana e outros problemas, lançamos virtualmente, mas sempre ficou a vontade de ter o CD físico e eu sempre pensava: “Ainda lanço essa porra”. Aí veio o “Rota de Colisão” pela Sub Folk. Depois disso falei com Olga e finalmente lançamos pelo selo Jornal Microfonia. A gravação foi feita no esquema dos instrumentos separados, a vantagem é que o álbum ficou com mais peso ao contrario do “Rota” que é mais sujo.


FMZ_ONLINE: “Amargo” foi lançado pelo Microfonia, um tablóide cultural editado por você e pela Olga Costa. O jornal Microfonia também virou um selo?Vão lançar mais algumas bandas? Quais?

Adriano: Foi algo que veio naturalmente, sempre que conversava com Olga, implicitamente a gente acreditava que algo assim podia surgir. E digo mais, sou um cabra safado, pois também sei que Olga tem contatos no Brasil inteiro tendo em vista que além de contatos temos que ter atitude, foi juntar a tampa com a panela. Se vamos lançar mais bandas? Sim vamos, no momento estamos negociando com uma banda de São Paulo chamada Betty57 e produzindo um split com quatro bandas aqui de 'Jampa'.


FMZ_ONLINE: Bandas como o Star 61 e o Zefirina Bomba saíram de João Pessoa e foram tentar a sorte em SP e tiveram um bom retorno disso. Você acha válido?

Adriano: Se você tiver disposição e/ou grana vale a pena, mas conheço bandas aqui de 'Jampa' que se quebraram com essa atitude, enfim, às vezes o que é bom pra uma banda não é necessariamente bom pra outra.


FMZ_ONLINE: Aliás, o Ilsom (vocalista do Zefirina) lançou o CD anterior de vocês pelo Sub Folk, selo dele. Vocês já se conheciam há tempos?

Adriano:
Sim, ele sempre gostou do som da gente, apareceu no ensaio e disse que tava montando um selo e queria lançar um CD da Rotten, to resumindo bem a história, mas foi mais ou menos assim...


FMZ_ONLINE: Em 2003 era uma onda de banda cover em João Pessoa, isso mudou?


Adriano: Tava foda! Show do 'Slipknot Cover' dava mais gente que o Gritando HC! Tem gente aqui que toca em banda cover e pensa que é o Bruce Dickinson, inversão de valores... Ainda existem algumas, mas diminuiu muito, me lembro que em 2005 teve um concurso de bandas cover: “A banda cover mais original”! (risos).


FMZ_ONLINE: E o que você acha que falta em João Pessoa pra começar a ter mais enfoque, em termos de produção independente?



Adriano: As coisas estão acontecendo a passo de hipopótamo, mas estão... Tempos atrás as bandas em turnê que vinham ao nordeste passavam em Recife e pulavam pra Natal, aqui não tinha local nem produtor, hoje tem só que ainda funciona só em determinado ponto (centro histórico). Tem que haver mais locais descentralizados, pra coisa ficar mais forte. Existe hoje um festival reconhecido a nível nacional, o Festival Mundo, isso dá visibilidade a João Pessoa.


FMZ_ONLINE: Quais bandas você destaca aí de João Pessoa?

Adriano: Tem uma pá, mas Scary Monster, Comedores de Lixo, Machinho de Mamãe e Putrirancorragia são as que destaco.


FMZ_ONLINE: Hoje em dia se vê muita banda se auto produzindo com mais facilidade devido aos avanços tecnológicos de softwares de áudio e redes sociais como Blog, Fotolog, Myspace, etc. Qual sua visão sobre isso?



Adriano: Acho válida qualquer tecnologia que sirva para a produção e divulgação de seu trabalho, a ressalva que tenho é quando as coisas ficam fáceis demais e o foco se perde rapidamente. Exemplo: Um pirralho de 15 anos tem toda a facilidade de comprar uma guitarra legal, baixar as músicas rapidamente e montar uma banda em dois tempos, vale salientar que o mesmo pirralho vai tocar muito (estou falando virtuosamente) e depois com 2 ou 3 anos esse mesmo pirralho não vai querer saber mais de música, vai pra faculdade , arranjar um bom emprego, viver na busca de aprovação social. A facilidade traz essa inconstância, o 'esgana-gato' serve pra dizer se tu vai ficar ou sair, pra quem não sabe o 'esgana-gato' é os perrengues que toda banda passa.


FMZ_ONLINE: Prá fechar a tampa: qual a banda dos sonhos que você formaria?

Adriano: Vixe Maria! Nunca pensei nisso, nunca sonhei com um bando de macho, já sonhei com a Pitty! Pula essa!

por: Carlos A


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