por: Adriano Dias
As discriminações e
preconceitos tristemente fazem parte do cotidiano da Baixada, uma
campanha constante de estigmatizarão desta de nossa região. Nisso,
se desenvolveu um processo de naturalização das violações diárias
que foram assimiladas por uma grande parcela da população. Da
violência simbólica na frase “tu mora mal”, até a aceitação
da violência letal como uma cultura da Baixada Fluminense. Eventos
jornalísticos, fatos referentes a qualquer tipo de violência se
transformaram nos principais caminhos para rotular e estereotipar a
Baixada Fluminense. Entretanto, destaco, que tudo isso não foi de
uma hora para a outra, construídas através no decorrer da história,
tem bases e moldes deterministas. Sendo as violências amplamente
divulgadas e as virtudes das pessoas da Baixada, principalmente seus
jovens moradores, em todas suas potencialidades, ficavam invisíveis.
Ao expor essa realidade
construída e desenvolvida em pressupostos taxativos, não seria
novidade dizer que até pouco tempo, os direitos da juventude da
Baixada eram poucos discutidos e enaltecidos, tirando os casos em que
esse tema se tornava peça chave para inúmeras propagandas
assistencialistas.
Ter direitos e
conhecimentos frente às instâncias sociais, econômicas, políticas
e culturais é enfrentar os problemas e desafios e cobrar por
políticas estruturantes. Em todos os meios de debates e ações
temos sempre que lutar contra o processo de vitimização, ou seja,
não alimentar a relação de subordinado e subordinador para que
assim, que somente da alicerces depreciativos para os jovens da
Baixada. Pelo contrário, propomos a criação de uma rede de seres
críticos e pensantes dispostos a lutarem como detentores e
promotores de seus direitos.
O movimento juvenil da
Baixada juntamente com pensadores, pessoas reflexivas e atuantes na
militância que tem como lema a luta por uma juventude de direitos,
vem caminhando mesmo que ainda em pequenos passos para um processo de
conscientização social diante de um tema tão profundo e essencial
que é termos uma cultura de direitos humanos em nossa região.
A juventude da Baixada
está cercada por indivíduos atuantes e atores sociais, dispostos a
serem ouvidos e almejando oportunidades para expressarem suas
inquietudes, dúvidas, demandas e anseios. Os direitos sociais não
foram pedidos, mas, conquistados por essa sociedade que ao mesmo
tempo em que se torna cruel e perversa, alimenta meios e estratégias
para que as discussões sobre direitos humanos não sejam apequenadas
ou esquecidas.
Nesta juventude está a
esperança de mudança dos círculos destrutivos para virtuosos, não
com a promoção de políticas públicas estereotipadas, mas
iniciativas multissetoriais e investimentos sérios para mudar
corações e mentes. É possível e já foi feito.
fotos: Adriano Dias
Adriano
Dias é fundador da ONG ComCausa -
Cultura de Direitos e ex
subsecretário municipal de Prevenção da Violência de Nova Iguaçu.
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