Os
nordestinos radicados em São Paulo da Capim Maluco (foto)
começaram a fazer barulho lá pelos idos do ano 2000! Formada em
uma cidade do interior, onde o que ganhava eco eram as bandas cover,
fazer som autoral era quase como passar po maluco. E sim, é
exatamente daí que vem o nome Capim (matagal, interior) + Maluco (os
responsáveis pela barulheira em questão)! Barulheira da melhor
qualidade que conta com Guga, ex Zeferina Bomba na batera e, cujo
lançamento mais recente teve participação de Daniel Belleza e
Rodrigo da Silva (Alarde)! Vamos então ao papo que nosso colaborador
Carlos A. bateu com Rafael Laguna, voz e guitarra da Capim Maluco:
FMZ_ONLINE:
Fale da ideia de lançar trabalhos simultâneos, como é o caso de
Sujinho e de Peruana ?
Rafael
Laguna: Nesse lançamento específico queríamos dar algo a mais
pra quem acompanha a banda. A gente não tinha lançado nada ao vivo
ainda e achamos interessante lançar o EP Sujinho junto
com um bootleg contendo músicas dos trabalhos anteriores em
versões ao vivo. Como estávamos passando por uma nova fase da banda
(tanto com relação às composições quanto na formação da banda
com a entrada de Augusto Melo no contra-baixo o Peruana
serviu para mostrar como éramos e o Sujinho para indicar para
onde estávamos indo musicalmente.
FMZ_ONLINE:
E de onde vem esse nome, Capim Maluco ?
Por
mais óbvio que possa parecer, o nome vem do fato de você fazer Rock
´n Roll autoral no final dos anos 90 em uma cidade interiorana
de mais ou menos 35.000 habitantes onde você se passa por 'maluco'
ao querer fazer algo novo e não comercial... É meio que isso, os
malucos do capim, do interior, fazendo Rock autoral em
português onde as únicas bandas que tinham espaço eram as que
tocavam covers. Foi uma forma de chamar a atenção e
funcionou na época, até a polícia foi lá no bar que fizemos
nossos primeiros shows e filmou a galera que estava frequentando
(risos).
FMZ_ONLINE:
Na banda temos Guga, ex-batera do Zefirina Bomba, banda que teve um
certo burburinho entre os indies. Vocês já se conheciam?
Como rolou o contato?
Rafael
Laguna: Quando mudei pra São Paulo em 2003, estava rolando de na
mesma época várias bandas de diversos lugares virem pra cá também
e o Zefirina foi uma delas. Tinha visto pela MTV uma
matéria sobre eles tocando na frente do Abril Pro Rock de
2003/04 se não me engano, achei muito bom o som deles e fiquei
curioso em ver um show. Todas as bandas nessa época tocavam no OUTS,
na Rua Augusta, e lá fui eu ver um show deles aí conheci o Ilsom,
Martim e Guga, trocamos demos das bandas e
acabamos ficando amigos. Tempos depois o baterista do Capim na
época saiu e comentei com Guga, que para minha surpresa falou
que se precisasse ele tocava com o Capim. Passaram alguns dias
e já estávamos ensaiando com Guga na bateria e na época o
Rodrigo Mazza (Goiano) no baixo. Fizemos muitos shows juntos e
essa foi uma das melhores formações que a banda já teve além de
ter sido bem divertida essa fase (tínhamos acabado de lançar o
nosso primeiro álbum – Flamingo, de 2008) e chegamos até a
fazer uma pequena tour com os amigos do Dest_lado e
Huaska pelo interior do estado.
FMZ_ONLINE:
Os trabalhos do Capim Maluco são lançados sempre em formato
virtual? Acha válido,que é mais uma opção de formato do trampo de
vocês ?
Rafael
Laguna: Totalmente válido! É o formato em que 90% das pessoas
consomem música hoje em dia e facilita muito sua música chegar a
qualquer lugar. O formato físico está voltando com a nova onda do
vinil... Mas penso que um formato não exclui totalmente o outro.
Começamos a disponibilizar nossos trabalhos apenas no formato
virtual em 2010, com o EP Astronauta 2012, em parceria com o
site musical Urbanaque e o selo SubFolk, os EPs
Sujinho + Peruana de 2011 foi a mesma coisa e tivemos um
espaço e uma divulgação bacana dele no site da TramaVirtual.
Com o Orange Disaster (outra banda que faço parte) já
lançamos CD, um EP virtual no final do ano passado e
mais recentemente um compacto em vinil 7 polegadas, também em
parceria com o selo SubFolk. São ferramentas para serem
usadas... E neste ponto a questão não é o fim, á música em si, e
sim os meios pelos quais ela pode chegar até as pessoas e como você
pode usar isso para aproximar sua banda do seu público.
FMZ_ONLINE:
Além das bandas você tem o Estúdio Flamingo. Dá pra conciliar com
a banda /O fato de ter um estúdio a mão facilita na hora de compor,
etc?
Rafael
Laguna: Até agora tem dado pra conciliar, gosto também de
trabalhar com o estúdio e tenho a sorte de poder usufruir com minhas
bandas, projetos dos amigos etc... mas como toco o estúdio sozinho
quando tenho show ele não abre, simples assim (risos). Com
relação à facilidade na hora de compor depende de como funciona
pra quem está compondo. O método de composição é totalmente
diferente entre o Capim Maluco e o Orange Disaster. No
Capim como formei o projeto há bastante tempo, e comecei
escrevendo as músicas sozinho, chego com o material (letra e música)
prontos e vamos pro estúdio apenas finalizar, fazer uns ajustes e
arranjos junto com a banda. No Orange, o processo é mais ao
vivo, funciona com todos juntos com tudo plugado e nisso ter o
estúdio é muito importante, facilita bastante... além de
economizarmos uma grana razoável.
por:
Carlos A.
introdução
por: Rafael A.
Mais
sobre a banda no link.
foto:
divulgação
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