quarta-feira, 8 de maio de 2013

Entrevista :: Capim Maluco



Os nordestinos radicados em São Paulo da Capim Maluco (foto) começaram a fazer barulho lá pelos idos do ano 2000! Formada em uma cidade do interior, onde o que ganhava eco eram as bandas cover, fazer som autoral era quase como passar po maluco. E sim, é exatamente daí que vem o nome Capim (matagal, interior) + Maluco (os responsáveis pela barulheira em questão)! Barulheira da melhor qualidade que conta com Guga, ex Zeferina Bomba na batera e, cujo lançamento mais recente teve participação de Daniel Belleza e Rodrigo da Silva (Alarde)! Vamos então ao papo que nosso colaborador Carlos A. bateu com Rafael Laguna, voz e guitarra da Capim Maluco:


FMZ_ONLINE: Fale da ideia de lançar trabalhos simultâneos, como é o caso de Sujinho e de Peruana ?

Rafael Laguna: Nesse lançamento específico queríamos dar algo a mais pra quem acompanha a banda. A gente não tinha lançado nada ao vivo ainda e achamos interessante lançar o EP Sujinho junto com um bootleg contendo músicas dos trabalhos anteriores em versões ao vivo. Como estávamos passando por uma nova fase da banda (tanto com relação às composições quanto na formação da banda com a entrada de Augusto Melo no contra-baixo o Peruana serviu para mostrar como éramos e o Sujinho para indicar para onde estávamos indo musicalmente.


FMZ_ONLINE: E de onde vem esse nome, Capim Maluco ?

Por mais óbvio que possa parecer, o nome vem do fato de você fazer Rock ´n Roll autoral no final dos anos 90 em uma cidade interiorana de mais ou menos 35.000 habitantes onde você se passa por 'maluco' ao querer fazer algo novo e não comercial... É meio que isso, os malucos do capim, do interior, fazendo Rock autoral em português onde as únicas bandas que tinham espaço eram as que tocavam covers. Foi uma forma de chamar a atenção e funcionou na época, até a polícia foi lá no bar que fizemos nossos primeiros shows e filmou a galera que estava frequentando (risos).


FMZ_ONLINE: Na banda temos Guga, ex-batera do Zefirina Bomba, banda que teve um certo burburinho entre os indies. Vocês já se conheciam? Como rolou o contato?

Rafael Laguna: Quando mudei pra São Paulo em 2003, estava rolando de na mesma época várias bandas de diversos lugares virem pra cá também e o Zefirina foi uma delas. Tinha visto pela MTV uma matéria sobre eles tocando na frente do Abril Pro Rock de 2003/04 se não me engano, achei muito bom o som deles e fiquei curioso em ver um show. Todas as bandas nessa época tocavam no OUTS, na Rua Augusta, e lá fui eu ver um show deles aí conheci o Ilsom, Martim e Guga, trocamos demos das bandas e acabamos ficando amigos. Tempos depois o baterista do Capim na época saiu e comentei com Guga, que para minha surpresa falou que se precisasse ele tocava com o Capim. Passaram alguns dias e já estávamos ensaiando com Guga na bateria e na época o Rodrigo Mazza (Goiano) no baixo. Fizemos muitos shows juntos e essa foi uma das melhores formações que a banda já teve além de ter sido bem divertida essa fase (tínhamos acabado de lançar o nosso primeiro álbum – Flamingo, de 2008) e chegamos até a fazer uma pequena tour com os amigos do Dest_lado e Huaska pelo interior do estado.


FMZ_ONLINE: Os trabalhos do Capim Maluco são lançados sempre em formato virtual? Acha válido,que é mais uma opção de formato do trampo de vocês ?

Rafael Laguna: Totalmente válido! É o formato em que 90% das pessoas consomem música hoje em dia e facilita muito sua música chegar a qualquer lugar. O formato físico está voltando com a nova onda do vinil... Mas penso que um formato não exclui totalmente o outro. Começamos a disponibilizar nossos trabalhos apenas no formato virtual em 2010, com o EP Astronauta 2012, em parceria com o site musical Urbanaque e o selo SubFolk, os EPs Sujinho + Peruana de 2011 foi a mesma coisa e tivemos um espaço e uma divulgação bacana dele no site da TramaVirtual. Com o Orange Disaster (outra banda que faço parte) já lançamos CD, um EP virtual no final do ano passado e mais recentemente um compacto em vinil 7 polegadas, também em parceria com o selo SubFolk. São ferramentas para serem usadas... E neste ponto a questão não é o fim, á música em si, e sim os meios pelos quais ela pode chegar até as pessoas e como você pode usar isso para aproximar sua banda do seu público.


FMZ_ONLINE: Além das bandas você tem o Estúdio Flamingo. Dá pra conciliar com a banda /O fato de ter um estúdio a mão facilita na hora de compor, etc?

Rafael Laguna: Até agora tem dado pra conciliar, gosto também de trabalhar com o estúdio e tenho a sorte de poder usufruir com minhas bandas, projetos dos amigos etc... mas como toco o estúdio sozinho quando tenho show ele não abre, simples assim (risos). Com relação à facilidade na hora de compor depende de como funciona pra quem está compondo. O método de composição é totalmente diferente entre o Capim Maluco e o Orange Disaster. No Capim como formei o projeto há bastante tempo, e comecei escrevendo as músicas sozinho, chego com o material (letra e música) prontos e vamos pro estúdio apenas finalizar, fazer uns ajustes e arranjos junto com a banda. No Orange, o processo é mais ao vivo, funciona com todos juntos com tudo plugado e nisso ter o estúdio é muito importante, facilita bastante... além de economizarmos uma grana razoável.

por: Carlos A.
introdução por: Rafael A.

Mais sobre a banda no link.

foto: divulgação

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